'Se as coisas são inatingíveis...ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, não fora a mágica presença das estrelas!" (Mário Quintana)
 

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domingo, fevereiro 21, 2010
Mães cadeirantes

A revista Epoca publicou, na edição desta semana, uma matéria sobre mães cadeirantes e eu dei, também, a minha contribuição. A matéria ficou muito boa.
Senti não publicarem nenhuma das fotos que tiraram de mim com os filhotes, então, reparto aqui as que eu mais gostei.






Veja aqui a matéria online.

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sexta-feira, fevereiro 12, 2010
Mãe: Vida em movimento

Depois do nascimento de Ricardo, há quase 11 anos, Benê e eu passamos por uma reorganização, uma revolução na nossa vida, no nosso dia a dia. Não é fácil de casal, virar pais. A liberdade acaba, a tranquilidade, a privacidade, enfim, tudo muda. Os horários ficam condicionados aos horários dos filhos, nossos gastos priorizam, sempre, as necessidades e mimos deles. E, embora isso pareça sem sentido, é maravilhoso.

Depois que se reorganiza a vida, fica mais fácil, a gente constrói uma nova rotina, encaixando compromissos, lazer. Foi mais ou menos nessa fase quando a Internet entrou em meu dia a dia. Minha conexão era discada, não existiam promoções e, portanto, era caro demais conectar por muito tempo. Assim, eu fazia parte dos corujas que entravam próximos da meia noite. Era meu horário de sossego, de dar risadas com o pessoal do chat, fazer amigos no ICQ. Quando Ricardo estava com três anos, indo à escola, não usando fraldas, dando menos trabalho, iniciei meu blog. Foram muitos textos, desde então.

Aí, há cinco anos, nasceu Luís Felipe. Outra revolução e, desta vez, Ricardo precisava também se adaptar. Ele, sempre barulhento, precisou aprender a "brincar baixo". Confesso: morria de dó cada vez que pedia pra não fazer barulho. Durante os dois primeiros anos de Felipe, tive uma empregada que, além do serviço doméstico, ajudava a cuidar dele. Nessa época, eu estava trabalhando pra uma empresa em minha casa, das nove às dezoito e nem podia dar atenção aos filhotes e, além disso, dava um jeito de dar minhas aulas particulares. Isso me angustiava. Felipe vinha perto de mim, pedindo atenção e eu tinha de pedir que ficasse com a empregada. Ricardo vivia me chamando pra brincar, mas eu não podia. Felipe já tinha mais de um ano e meio e não falava nada que se entendesse, tinha uma linguagem própria. Ricardo começou a apresentar problemas comportamentais na escola.

Próximo ao lançamento de meu livro (Rodas, pra que te quero!), deixei o emprego. Meus filhos precisavam de mim. Com a empregada fazendo as tarefas de casa, eu tinha tempo pros meninos e isso era muito bom.
Em fevereiro de 2007, fiquei sem empregada, definitivamente. Quando a empregada foi embora, eu estava no quintal com os meninos, Felipe no balanço, com dois aninhos. Eu nem sabia se conseguiria tirá-lo de lá sozinha, mas me despedi dela e pensei "Que Deus me ajude!". Foi uma fase complicada de adaptação, mas deu tudo certo. Em agosto Felipe também passou a ir à escola e, novamente tudo mudou.

2008 foi um ano ainda mais difícil: os meninos passaram a estudar de manhã e meu dia passou a começar às 5:30 h. Virei escrava do relógio, conciliando os horários dos meninos com os dos meus alunos, o almoço, limpeza da casa etc. Meus textos começaram a rarear, perdi a vontade de escrever, deixei de lado os amigos. Meu tempo ficou apertadíssimo e o cansaço bem grande. Terminei o ano me sentindo desorganizada, sem domínio de nada, em meio a uma grande confusão e insatisfeita por ter deixado de lado coisas importantes pra mim.

Comecei 2009 decidida a retomar meus escritos, mas não aconteceu. Foi um ano de mais trabalho ainda, dando muitas aulas, com os meninos em volta, com até os finais de semana ocupados. Não retomei o blog, mas fiz um trabalho muito legal como consultora, que me trouxe uma satisfação especial: um suplemento sobre crianças com deficiência, para um livro infantil de Valcyr Carrasco, voltado a pais e professores. Em 2009, também, Benê e eu conquistamos nosso sonho maior: compramos nosso apartamento, que ficará pronto em 2011!

Hoje, minha rotina está diferente. Meus filhotes voltaram a estudar à tarde, estão felizes estudando, pela primeira vez, juntos na mesma escola. Apesar de ainda ser uma loucura, meu dia a dia está mais organizado, os meninos estão mais calmos e a vontade de escrever está voltando.

Não é fácil ser responsável por outras vidas. Não é fácil ser mãe de dois. Eles brigam, brincam, fazem muita bagunça e sujeira, me enlouquecem! Mas, quando me abraçam, beijam, cantam, dançam e, principalmente, dizem que me amam eu me derreto e agradeço a Deus por serem meus filhos, já imaginando a saudade que sentirei quando crescerem...

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